Soul — Uma Reflexão

Sara Sharon
3 min readDec 26, 2020

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Soul conta a história de Joe Gardner, um professor de música amante de Jazz que sonha em se tornar um músico conhecido. Ele viveu a vida inteira em busca desse sonho, e subitamente, quando ele enfim consegue sua grande chance, ele acaba indo para o “Pré-Vida”, um lugar onda as almas recebem suas personalidades, peculiaridades e interesses antes de virem pra terra.

Acordei hoje com um burburinho no twitter sobre esse filme, fiquei curiosa e fui assistir, não li nada sobre, portanto fui completamente sem expectativas, e confesso que o filme me surpreendeu de uma forma que eu não esperava.

Como todo filme, eu assisti na espera de um final com uma grande “Moral da História” que me faria refletir brevemente como sempre faço mas logo depois esqueceria, mas esse filme foi diferente. Depois de assistir, cá estou questionando tudo oque sou, meus gostos, sonhos e minha vida até aqui.

Não sei como você interpretou o final desse filme, mas oque eu recebi desse filme foi “Oque faz de mim oque sou?”. Não muito tempo atrás fui questionada sobre “Oque me realiza”, minha resposta foi “não sei.” E realmente, eu não sei oque me realiza, oque me deixa feliz, e isso me fez questionar sobre o meu propósito.

Várias vezes eu via amigos e pessoas na internet se realizando através de suas músicas, poemas, bordados, livros, arte, mentorias, oque fosse, e meu desejo era: “eu quero ser realizada em algo como eles”, o problema é, eu não sei no que, ou como descobrir isso.

Olhei pra minha vida e me descobri uma enorme desistente. Tentei aprender a tocar teclado uma vez, mas desisti. Tentei aprender italiano, mas de novo eu desisti, o mesmo aconteceu quando tentei aprender francês, fazer quadros de lettering, a escrever… eu simplesmente desisti, e as desistências me desestimularam a tentar de novo.

Mas, depois de ver esse filme, surgiu diante de mim uma outra perspectiva. Talvez o teclado não seja realmente pra mim, mas isso não me impede de tentar de novo ou tentar com outro instrumento. Mesmo que fazer lettering não seja “o auge” da minha vida, não significa que eu não possa investir tempo nisso.

A questão é, eu sempre desisti porque via que aquilo não era o propósito da minha vida, não era “minha missão”, mas a questão é que, não se trata disso.

Sou cristã, como cristã minha missão é pregar o evangelho, mas também é viver. Viver é meu propósito, não apenas buscar algo que realize minha vida, que seja o ponto alto de quem a Sara Sharon é, mas viver, viver de forma que, olhar pro céu seja estonteante, aprender a andar de skate seja uma aventura, mesmo que eu caia ou mesmo que não dê certo, o importante é que eu tentei.

Não sei se consegui ser objetiva nesse texto, mas queria compartilhar de alguma forma oque eu aprendi com esse filme, assim como a “22”, tomei pra mim como propósito, o viver. Viver de forma que eu não precise ser uma máquina de produção ou uma máquina de resultados, viver de forma que, eu tente, ainda que não dê certo, viver de forma que meu lema não seja de “Desistente”, mas de “Alguém que tentou, e se divertiu no processo”.

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Sara Sharon

tô aqui pra falar abobrinha, mas as vezes algo sério também.