Preciso confessar um pecado…

Sara Sharon
3 min readJul 13, 2021

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Tenho medo do fracasso.
Um medo irracional que me paralisa sempre que algo novo surge, sempre que uma nova oportunidade aparece, sempre que uma porta se abre, e isso me faz fugir, correr com tudo oque tenho, com todo o meu fôlego pra longe das responsabilidades, fujo com toda a minha força do destaque, da evidência. Ser conhecida é provavelmente uma das coisas mais apavorantes pra mim.

Meus pais escolheram pra mim um nome diferente, que causa impacto, um nome marcante, difícil de ser esquecido, e isso é bom, mas as vezes não é.
Por algum motivo desconhecido e aleatório, meu perfil no twitter acabou se tornando reconhecido dentro da esfera cristã. Não, eu não sou famosa, mas meu perfil alcança e viaja pra lugares surpreendentes, a ponto de ir parar em perfis de judeus, ateus, mães, surdos e até de gente famosa. E esse alcance talvez seja o sonho que muitos tenham pra serem ouvidos e influenciar muitas pessoas. E isso é bom, mas as vezes não é.

Eu tenho medo, medo dos meus defeitos. Não tenho medo de que eles sejam vistos, mas tenho pavor de que sejam seguidos, e caso aconteça, eu terei falhado mais uma vez.

Por vezes, quando uma responsabilidade ou oportunidade nova bate na porta, eu inevitavelmente entro numa crise, e as consequências são devastadoras. Por isso eu me sinto melhor em situações de controle, onde eu sei qual vai ser o resultado das minhas ações e escolhas; por isso eu gosto de rever pela 35º vez a mesma série, porque eu já sei como termina; por isso eu dificilmente tento coisas novas, até comprar uma pizza em um restaurante diferente as vezes me revira o estomago porque penso: e se eu detestar? e se eu comprar e minha família comer e odiar essa pizza? É absurdo, eu sei, mas esse medo é tão horripilante que eu por vezes desisto até mesmo de tentar por medo de falhar.

É uma autosabotagem sem fim. E antes que vocês pensem que eu me importo demais com as opiniões de terceiros ao meu respeito, saibam que não, nenhuma opinião terceira pode ser pior que a minha própria opinião sobre mim.

Perdoar os outros pra mim é muito mais fácil do que perdoar a mim mesma. Enxergar um bom resultado, um caminho melhor e uma alternativa mais audaciosa é muito mais fácil quando a vida é dos outros, mas na minha, todas as opções que surgem diante de mim são como pisar em um campo minado, qualquer passo que eu der pode ser o fim. É muito mais confortável me imaginar numa realidade paralela ou em um futuro não tão distante já bem sucedida, falando 5 línguas diferentes, totalmente realizada, mas o processo me apavora, porque nele pode (e vai) existir tropeços, quedas e falhas. Pensar numa possível linha de chegada, na minha mente sabotadora, é melhor que enfrentar o percurso.

O primeiro passo foi enxergar esse problema, entender de onde vem o meu medo e porque eu não consigo tomar decisões, hoje eu consigo perceber a raiz das minhas crises, o pavor de falar em público, o desespero que é preparar uma mensagem ou um estudo. Preciso me lembrar constantemente que, independentemente se eu falhar, serão as mãos do Pai que hão de me segurar, e se eu chorar, Ele limpará as minhas lagrimas, se me machucar, Ele será meu remédio e refúgio.

Se você que leu, se identificou com o texto, saiba que você não está sozinho nessa. Oremos uns pelos outros.

Quando passar por águas profundas, estarei a seu lado. Quando atravessar rios, não se afogará. Quando passar pelo fogo, não se queimará; as chamas não lhe farão mal. Pois eu sou o Senhor, seu Deus, o Santo de Israel, seu Salvador.
Isaías 43:2‭-‬3a

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Sara Sharon

tô aqui pra falar abobrinha, mas as vezes algo sério também.