Preciso confessar um pecado…
Tenho medo do fracasso.
Um medo irracional que me paralisa sempre que algo novo surge, sempre que uma nova oportunidade aparece, sempre que uma porta se abre, e isso me faz fugir, correr com tudo oque tenho, com todo o meu fôlego pra longe das responsabilidades, fujo com toda a minha força do destaque, da evidência. Ser conhecida é provavelmente uma das coisas mais apavorantes pra mim.
Meus pais escolheram pra mim um nome diferente, que causa impacto, um nome marcante, difícil de ser esquecido, e isso é bom, mas as vezes não é.
Por algum motivo desconhecido e aleatório, meu perfil no twitter acabou se tornando reconhecido dentro da esfera cristã. Não, eu não sou famosa, mas meu perfil alcança e viaja pra lugares surpreendentes, a ponto de ir parar em perfis de judeus, ateus, mães, surdos e até de gente famosa. E esse alcance talvez seja o sonho que muitos tenham pra serem ouvidos e influenciar muitas pessoas. E isso é bom, mas as vezes não é.
Eu tenho medo, medo dos meus defeitos. Não tenho medo de que eles sejam vistos, mas tenho pavor de que sejam seguidos, e caso aconteça, eu terei falhado mais uma vez.
Por vezes, quando uma responsabilidade ou oportunidade nova bate na porta, eu inevitavelmente entro numa crise, e as consequências são devastadoras. Por isso eu me sinto melhor em situações de controle, onde eu sei qual vai ser o resultado das minhas ações e escolhas; por isso eu gosto de rever pela 35º vez a mesma série, porque eu já sei como termina; por isso eu dificilmente tento coisas novas, até comprar uma pizza em um restaurante diferente as vezes me revira o estomago porque penso: e se eu detestar? e se eu comprar e minha família comer e odiar essa pizza? É absurdo, eu sei, mas esse medo é tão horripilante que eu por vezes desisto até mesmo de tentar por medo de falhar.
É uma autosabotagem sem fim. E antes que vocês pensem que eu me importo demais com as opiniões de terceiros ao meu respeito, saibam que não, nenhuma opinião terceira pode ser pior que a minha própria opinião sobre mim.
Perdoar os outros pra mim é muito mais fácil do que perdoar a mim mesma. Enxergar um bom resultado, um caminho melhor e uma alternativa mais audaciosa é muito mais fácil quando a vida é dos outros, mas na minha, todas as opções que surgem diante de mim são como pisar em um campo minado, qualquer passo que eu der pode ser o fim. É muito mais confortável me imaginar numa realidade paralela ou em um futuro não tão distante já bem sucedida, falando 5 línguas diferentes, totalmente realizada, mas o processo me apavora, porque nele pode (e vai) existir tropeços, quedas e falhas. Pensar numa possível linha de chegada, na minha mente sabotadora, é melhor que enfrentar o percurso.
O primeiro passo foi enxergar esse problema, entender de onde vem o meu medo e porque eu não consigo tomar decisões, hoje eu consigo perceber a raiz das minhas crises, o pavor de falar em público, o desespero que é preparar uma mensagem ou um estudo. Preciso me lembrar constantemente que, independentemente se eu falhar, serão as mãos do Pai que hão de me segurar, e se eu chorar, Ele limpará as minhas lagrimas, se me machucar, Ele será meu remédio e refúgio.
Se você que leu, se identificou com o texto, saiba que você não está sozinho nessa. Oremos uns pelos outros.
Quando passar por águas profundas, estarei a seu lado. Quando atravessar rios, não se afogará. Quando passar pelo fogo, não se queimará; as chamas não lhe farão mal. Pois eu sou o Senhor, seu Deus, o Santo de Israel, seu Salvador.
Isaías 43:2-3a